06 junho 2025

Agora é oficial: Trancista é profissão reconhecida no Brasil!


É isso mesmo! Depois de muita luta e resistência, a profissão de trancista agora é oficialmente reconhecida pelo Governo Federal. A atividade foi incluída na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) com o código 5161-65. Isso significa que, além de ser uma arte ancestral, trançar cabelo passa a ser vista como uma profissão de verdade, com nome, dignidade e direitos!

Esse reconhecimento é uma vitória histórica, principalmente para as mulheres negras que há décadas usam as tranças não só como estética, mas como forma de resistência, cuidado, cultura e autoestima.


Mas o que isso muda na prática?

Muita coisa! A partir de agora:

✔️ Trancistas passam a ter respaldo legal para exercer sua atividade.
✔️ É possível acessar direitos trabalhistas, como contribuição para INSS, aposentadoria e licença maternidade, por exemplo (especialmente quando atuam formalizadas como MEI ou CLT).
✔️ A profissão ganha mais visibilidade, o que valoriza o trabalho e abre portas para políticas públicas, formação técnica, incentivo ao empreendedorismo e mais respeito no mercado de trabalho.
✔️ Ajuda a combater o racismo estético, ao reconhecer o valor cultural, histórico e identitário das tranças.

Quem fez isso acontecer?

Esse avanço só foi possível graças à mobilização de várias mulheres pretas incríveis, como as do coletivo @afrolatinas, @filha_do_quilombo, @fios.da.ancestralidade, além da força política da deputada Rogéria Santos e da vereadora Ireuda Silva, que levaram a pauta até Brasília. Elas bateram de frente com o sistema, conversaram com o Ministério do Trabalho e mostraram a importância desse reconhecimento.

Trançar é ancestralidade, é cuidado, é cura

Pra quem não sabe, muitas trancistas aprendem o ofício em casa, desde cedo, observando mães, tias e avós. É um saber passado de geração em geração, que carrega história, resistência e muito amor.

Como disse a trancista Denise Melo, “nosso saber não veio de uma sala de aula, veio da vivência, da oralidade, da ancestralidade africana que resiste em cada fio trançado”.

Além disso, como relatou @luanasafire, muitas trancistas começaram a trançar com um propósito social: cuidar da autoestima de meninas negras em situação de vulnerabilidade, enfrentando o racismo desde cedo. Esse trabalho é transformador!

E agora?

Agora é seguir valorizando e respeitando ainda mais quem vive dessa arte. A conquista da CBO é só o começo! Ainda tem muito chão pela frente: regulamentação completa, acesso a cursos, financiamentos, inclusão em políticas públicas e, principalmente, mais oportunidades para mulheres pretas que sustentam suas famílias com o talento nas mãos.

E se você é trancista ou ama tranças, essa vitória também é sua!

Compartilha, comemora, se informa e continua fortalecendo esse movimento que é lindo, potente e cheio de identidade! ✊🏾💛