Por Pedro Marra em 06.06.2009
Há poucos dias a empresa Luminosidade, organizadora da São Paulo Fashion Week e a partir desta edição também do Fashion Rio, assinou Termo de Ajustamento de Conduta com o Ministério Público em que se comprometia ter pelo menos 10% das vagas de modelos destinadas a negros e indígenas. A medida, que surgiu em São Paulo, acabou sendo adotada também no Fashion Rio.
Segundo Alex Oitaven, responsável pelo casting de desfiles como Cláudia Simões, Salinas e Melk Z-da, com a medida foi preciso ficar mais atento à seleção. “Mas isso não alterou muita coisa pra gente, porque já costumamos trazer um percentual inclusive mais alto do que o estabelecido, de 15 a 20% por exemplo”.
Alex diz ainda que essa exigência não parece ter mudado muita coisa no mercado, pois as modelos negras escolhidas são aquelas que já trabalham há algum tempo.
Samira Bento e Carmelita Mendes
Para a modelo Indira Carvalho essa nova medida é boa para os negros. “Acho que tem que abrir mais ainda. Tem muito negro bonito escondido pelo Brasil. Todos deveriam dar mais oportunidade”, comenta.
Indira Carvalho
Ela acha ainda que apesar do processo lento, as coisas estão caminhando. “Está indo devagar, mas está indo. Quem sabe um dia alcançaremos tudo juntos”, completa.
Jaíne Garcia
A colega Jaine Garcia discorda da medida. “Acho que tem que acontecer essa abertura naturalmente”, diz. Modelo há pouco mais de quatro meses, a bela defende que o fato de se colocar cotas aumenta o preconceito.
Ao lado de Bruna Tenório, Grace Carvalho desfila para a Salinas
Para Sérgio Mattos, dono da 40º Models, o mercado está crescendo para os negros. “Acho que aos poucos as portas estão se abrindo”. Indira Carvalho é a única negra do casting da 40º a participar dos desfiles do Fashion Rio.
Foto: Pedro Marra e AgNews
fonte:http://www.finissimo.com.br