Por: Fabio Alves
A questão do cabelo crespo é conflituosa, é um ícone identitário que se sobressai ainda mais que a questão da cor da pele. O cabelo é como uma extensão corpo; revela um pouco do que sou e minhas variáveis formas. Pode ser Black Power ou Nagô, esse sou eu.
Na verdade, não da para saber quando uma pessoa usa trança por uma questão cultural ou simplesmente moda, o único fato incontestável é que ela realmente está usando. Estar usando uma Trança Africana, por si só, já é uma grande representatividade.
O resgate dessa cultura africana veio a partir da moda e tem sido ela que vem difundindo vários modelos de tranças e blacks pelo mundo afora. A democracia da moda fez com que um ícone da identidade negra se difundisse a partir da mídia e o orgulho da raça se torna cada vez maior. Mas retomar a auto-estima dos povos historicamente oprimidos não deve ser um caminho para que o orgulho negro que torne racista. O orgulho indiscriminado de uma etnia só fomenta a segregação, ele só tem que ganhar campo num nível necessário para aumentar a auto estima de um povo marcado historicamente.