O Rio é uma cidade viva. Seja na música, na dança ou nos dois. Se
você é um jovem carioca, com certeza já ouviu falar daquele ritmo que conquista
qualquer pessoa ao primeiro som: O charme!
Foi na Zona Norte do Rio de Janeiro que a história começou. Muito antes da época de Will Smith e Jazz, ou de Fat Family e milhões de anos antes de Negra Li e Sabotage emergirem da música negra.
Foi na Zona Norte do Rio de Janeiro que a história começou. Muito antes da época de Will Smith e Jazz, ou de Fat Family e milhões de anos antes de Negra Li e Sabotage emergirem da música negra.
Eram bailes com amplas pistas, que se popularizaram após a eternização da Soul Music e a chegada da Disco. Filas enormes se formavam nas portas dos clubes por pessoas que vinham de pé nos ônibus pra evitar amassar a roupa. Às vezes segurando uma segunda camisa passada. A estética tinha que ser impecável! Nada do avental da semana naquele ambiente, ali, negros e negras usavam suas roupas mais elegantes num mar de coreografias previamente ensaiadas até a exaustão.
Era um ambiente de realeza e a Zona Norte trazia de volta entre
cada passo, o que seus corações haviam perdido em orgulho e aceitação.
Nas filas do lado de fora, antigos frequentadores faziam questão
de explicar as regras do baile aos recém chegados: “Nada de brigas, bebedeira,
desleixo estético ou falta de respeito com as mulheres!”
Mais tarde, um pequeno
grupo de camelôs decidiu se reunir pra tocar suas próprias músicas favoritas, trazendo pessoas que não podiam ou
não queriam criar o estilo exigido nos bailes.
À eles, se juntaram dezenas
de jovens vindos de um outro estilo musical que chegou explodindo nos subúrbios
do Rio: O hip hop! No começo eram dezenas, depois centenas e então, milhares. A
nova geração do charme, se agitava com um estilo que pouco tocava nos
bailes antigos: O New Jack Swing! R&B com DNA de soul e sonoridade de hip
hop!
O espaço frequentado por eles, mudou com os anos. Ganhou estrutura
e reconhecimento como patrimônio imaterial da cidade. Hoje, o Viaduto Negrão de
Lima segue sendo o principal reduto de charmeiros e o maior baile do gênero na
América Latina! Trazendo orgulho e cultura pra centenas de jovens negros todos
os finais de semana!