Por:Debora Brito
Comecemos quando eu tinha cabelo xitãozinho&xororó. Quem nunca teve o desprazer de ter? Não me lembro muito dessa época, só do meu maiô roxeado, da tia Léia do prézinho, da escola PeterPan, da minha melhor amiga DéboraContato e da minha preocupação constante se eu ia conseguir ler e escrever, porque pra mim, era uma missão impossível!
Sofri um acidente feio de bicicleta, bati a cabeça foda e a parte frontal do meu côco raspou no asfalto... imaginou?... demorou a crescer cabelinho alí e, quando crescia, eu ia lá e arrancava. Pode crer, arrancava mesmo. Formatei a parte da frente, bem na franja, modifiquei no maior estilo HandMade sem pinça.... pois queria que ficasse tipo o cabelo da Nanny, a babá com a voz estridente, seriado que estava rolando na época.
No ColégioPolitec (ensino fundamental) em Americana/SP, usava ele sempre preso, menos no Carnaval, quando dançava possuída Daniela Mercury , “a cor dessa cidade sou eeeeu”, tiveram anos que fui viciada no combo Topéte+Rabo de Cavalo. Terrível (mas menos pior que arrancar fio por fio). Na verdade tinha vergonha do cabelo e não sabia lidar com ele. E outra, colégio particular, cabelo liso era predominante. Minha mãe trabalhava lá, como Fotocopiadora. Aliás, na cidade de Americana/SP o que importa é seu sobrenome e o que você possui, onde você frequenta.... O resto é resto e é bullyng na certa. Mas vou te falar que eu pratiquei muuuuito bullyng, apontava defeitos nos outros para não repararem nos meus (cabelo indomável, sombrancelha feia, buço aparecendo, azar gigante no amor, péssimas notas em física/química/matemática, etc)
Em Mogi das Cruzes/SP foi doido. Tive cabelo um pouco menos recriminado. Soltava ele de vez em qdo, quando ele se comportava ou qdo a dona estava feliz. Cursei o Ensino Médio e conheci muitas coisas que numa cidade interiorana feito Americana, nunca iria conhecer. Eu era meio que do rock, acho.... Depois, fiz aaanos de cursinho, aprendi a gostar de outras coisas tambén, outros ritmos.... estudava muito, quase não saía pra night. Esqueci de cortar o cabelo durante aaaaanos.
Ensino Superior em Londrina/PR. Eu era puro cabelo. Vivenciei muitas coisas, conheci as pessoas que iriam ser fundamentais para meu florescimento e para minha formação enquanto pessoa. Meu cabelo foi tão feliz, nossa senhora! Claro que dava um trabalho absurdo (mesmo eu nunca fazendo hidratação porra nenhuma e comendo os abacates destinados a isso) e infelizmente não tinha $ pros melhores cremes. Mas éramos felizes demais. Tive ele trançado algumas vezes, solto ao vento, preso igual a TiaLéia do prézinho, amarrado com tecidos, uma coisa louca. E quando eu não ia na escola de cabeleleiros cortar de graça, eu mesma cortava.
SantaCatarina chegou em minha vida, me tirando da licenciatura (dava aula de artes) e me jogou pro ramo da indústria da moda.... e ele foi sendo cortado aos poucos. Gostava cada dia mais dele curto, da facilidade, do charme, fiz até luzes uma época, nas pontas.... Até escrevi num post do site TrançaNagô que eu gostaria de te-lo mais curto, senão, raspado, pra ver qualé que era...
Até que um dia, em SãoPaulo a trabalho, pelo menos duas vezes por ano, lá estava eu na selva de pedras, morrendo de calor, na galeria do rock, abafado, quente, calor foda. Lá, não achei ninguém que cortasse e pagasse pelo meu picumã. Afinal, cabelos mais claros são os mais valiosos pro negócio das perucas... Peguei um trem e rumei pra Jundiaí/SP. Andeeeei o centro da cidade, um fervo de sábado caloroso, até encontrar alguém que raspasse meu côco.
E pagasse por ele. Um salão de perucas disse que meu cabelo, por ser virgem, era benvindo (nessa altura do campeonato as luzes já haviam ficado pra trás há tempos). Fui mandada pra barbearia que ficava em frente da loja e fui raspada com a máquina 2, por um senhor que lamentou muito minha decisão. Depois? Felizôna, me sentindo leve e linda, peguei um ônibus e fui pra cidade da amizade, Cabreúva/SP, visitar meus tios, primos e vóva, “dedééé cê é doida mano”. Foi demais tomar banho e lavar a cabeça. Uso ou não condicionador? Muitas dúvidas. Posso lavar com sabonete?
Foi terrível uma coisa: ver a marca que ficou bem no meio dele, porque, como eu viviiiia com ele dividido no meio, repartido, os fios acostumaram com essa posição e me renderam essa marca*....Parecendo uma facada, uma cicatriz.
Hoje em dia estou deixando crescer. Tenho sonhos que ele está grande, e sinto falta dos cachos. Do volume (!!!), dos cremes baratos e caros, do ritual de arrumar o picumã. Do carinho que recebia nele....mesmo desfazendo os cachos...
Tá difícil, pinicando, mas acho que vai rolar deixar crescer!
Abraço ao Fabio do TrançaNagô! E a todas(os) que participaram da história do meu cabelo.
bjo!
Por:Debora Brito
Sofri um acidente feio de bicicleta, bati a cabeça foda e a parte frontal do meu côco raspou no asfalto... imaginou?... demorou a crescer cabelinho alí e, quando crescia, eu ia lá e arrancava. Pode crer, arrancava mesmo. Formatei a parte da frente, bem na franja, modifiquei no maior estilo HandMade sem pinça.... pois queria que ficasse tipo o cabelo da Nanny, a babá com a voz estridente, seriado que estava rolando na época.
No ColégioPolitec (ensino fundamental) em Americana/SP, usava ele sempre preso, menos no Carnaval, quando dançava possuída Daniela Mercury , “a cor dessa cidade sou eeeeu”, tiveram anos que fui viciada no combo Topéte+Rabo de Cavalo. Terrível (mas menos pior que arrancar fio por fio). Na verdade tinha vergonha do cabelo e não sabia lidar com ele. E outra, colégio particular, cabelo liso era predominante. Minha mãe trabalhava lá, como Fotocopiadora. Aliás, na cidade de Americana/SP o que importa é seu sobrenome e o que você possui, onde você frequenta.... O resto é resto e é bullyng na certa. Mas vou te falar que eu pratiquei muuuuito bullyng, apontava defeitos nos outros para não repararem nos meus (cabelo indomável, sombrancelha feia, buço aparecendo, azar gigante no amor, péssimas notas em física/química/matemática, etc)
Em Mogi das Cruzes/SP foi doido. Tive cabelo um pouco menos recriminado. Soltava ele de vez em qdo, quando ele se comportava ou qdo a dona estava feliz. Cursei o Ensino Médio e conheci muitas coisas que numa cidade interiorana feito Americana, nunca iria conhecer. Eu era meio que do rock, acho.... Depois, fiz aaanos de cursinho, aprendi a gostar de outras coisas tambén, outros ritmos.... estudava muito, quase não saía pra night. Esqueci de cortar o cabelo durante aaaaanos.
Ensino Superior em Londrina/PR. Eu era puro cabelo. Vivenciei muitas coisas, conheci as pessoas que iriam ser fundamentais para meu florescimento e para minha formação enquanto pessoa. Meu cabelo foi tão feliz, nossa senhora! Claro que dava um trabalho absurdo (mesmo eu nunca fazendo hidratação porra nenhuma e comendo os abacates destinados a isso) e infelizmente não tinha $ pros melhores cremes. Mas éramos felizes demais. Tive ele trançado algumas vezes, solto ao vento, preso igual a TiaLéia do prézinho, amarrado com tecidos, uma coisa louca. E quando eu não ia na escola de cabeleleiros cortar de graça, eu mesma cortava.
SantaCatarina chegou em minha vida, me tirando da licenciatura (dava aula de artes) e me jogou pro ramo da indústria da moda.... e ele foi sendo cortado aos poucos. Gostava cada dia mais dele curto, da facilidade, do charme, fiz até luzes uma época, nas pontas.... Até escrevi num post do site TrançaNagô que eu gostaria de te-lo mais curto, senão, raspado, pra ver qualé que era...
Até que um dia, em SãoPaulo a trabalho, pelo menos duas vezes por ano, lá estava eu na selva de pedras, morrendo de calor, na galeria do rock, abafado, quente, calor foda. Lá, não achei ninguém que cortasse e pagasse pelo meu picumã. Afinal, cabelos mais claros são os mais valiosos pro negócio das perucas... Peguei um trem e rumei pra Jundiaí/SP. Andeeeei o centro da cidade, um fervo de sábado caloroso, até encontrar alguém que raspasse meu côco.
E pagasse por ele. Um salão de perucas disse que meu cabelo, por ser virgem, era benvindo (nessa altura do campeonato as luzes já haviam ficado pra trás há tempos). Fui mandada pra barbearia que ficava em frente da loja e fui raspada com a máquina 2, por um senhor que lamentou muito minha decisão. Depois? Felizôna, me sentindo leve e linda, peguei um ônibus e fui pra cidade da amizade, Cabreúva/SP, visitar meus tios, primos e vóva, “dedééé cê é doida mano”. Foi demais tomar banho e lavar a cabeça. Uso ou não condicionador? Muitas dúvidas. Posso lavar com sabonete?
Foi terrível uma coisa: ver a marca que ficou bem no meio dele, porque, como eu viviiiia com ele dividido no meio, repartido, os fios acostumaram com essa posição e me renderam essa marca*....Parecendo uma facada, uma cicatriz.
Hoje em dia estou deixando crescer. Tenho sonhos que ele está grande, e sinto falta dos cachos. Do volume (!!!), dos cremes baratos e caros, do ritual de arrumar o picumã. Do carinho que recebia nele....mesmo desfazendo os cachos...
Tá difícil, pinicando, mas acho que vai rolar deixar crescer!
Abraço ao Fabio do TrançaNagô! E a todas(os) que participaram da história do meu cabelo.
bjo!
Por:Debora Brito
#voceleu A Raiz da História
Bem, assim como tem em alguns blogs, aqui você vai pode conta a história do seu
cabelo. Contar todo o processo, seus medos, os resultados, o que ajudou . . .
Quer participar também?! Manda a história com fotos
pro e-mail:trancanago@gmail.com No assunto: A Raiz da História.
cabelo. Contar todo o processo, seus medos, os resultados, o que ajudou . . .
Quer participar também?! Manda a história com fotos
pro e-mail:trancanago@gmail.com No assunto: A Raiz da História.