Conhecemos-nos em Outubro de 2006, e logo que trocamos nossos primeiros olhares nos amamos de maneira espontânea e arrebatadora, uma carga espiritual apaixonante foi ativada no primeiro momento em que nossos corpos se avistaram nos deixando enamorados e certos que naquele instante e para sempre estaríamos juntos, nessa e na outra existência de nossas vidas.
Nosso 1ª beijo ocorreu no dia 06 de novembro, e a força amor preto, entre dois seres combinante, perfeito entre si e harmoniosamente espiritualizado, traduziu a verdadeira face do amor, canalizando nossos espíritos e nossa carne em um. Pronto ali se iniciava até os dias atuais a caminhada de um casal preto Afreekano, rumo à construção do casamento preto e da família preta.
Namoramos durante três anos, e nesse percurso como não é novidade para qualquer casal preto que busca afirmar-se, encontramos obstáculos de difícil superação, sabíamos que nossa união representava, e ainda representa uma declaração de guerra a todos os poderes do sistema do poder branco, mas também sabíamos que juntos éramos extremamente fortes. Muitas foram às dificuldades, porém mais ainda o brilho no olhar de minha Rainha Ethiope Dayse. Unimos nossos Sonhos, que se transformou em energia que conduziu o motor, elemento essencial nesse primeiro momento, de dores devido os espinhos da branquidade que atravessaram os nossos pés.
Ainda pisamos em espinhos, que estão maiores, que nos afetam espirituais, economicamente, politicamente e sentimentalmente, por isso realizamos nosso retorno de busca do que realmente nos reconstitui como seres humanos e como homens e mulheres pretos, como casal preto.
Ao terceiro ano de nosso namoro ficamos noivos numa celebração familiar e comunal, na cidade de Itaguaí, na casa da Vovó Isabel, que ainda compartilhava de sua doce e maravilhosa existência como a matriarca da família, mulher Preta e de grande sabedoria. A partir de nosso noivado, iniciou-se uma nova fase em nossa união, a realização de nosso casamento, o máximo distante da idéia de matrimonio europeu, nosso casamento deveria representar uma lança no peito dessa sociedade anti- africana e na ideologia do branqueamento.
Nossas preocupações eram muitas e imensas, como seria? Onde seria? Com que dinheiro? Etc, etc e etc. uma das preocupações que nos afetou profundamente eram buscar uma referência de noiva e noivo que correspondesse as nossas especificidades de respeito a nossa tradição ancestral, estávamos em meio a um turbilhão de problemas e questões a serem respondidos e resolvidos, no qual o sistema imperialista da branquitude impôs sobre nós.
Nosso casamento se realizou a partir do compromisso que estabelecemos entre nós de nunca deixar as desgraças do racismo recair sobre nós, nos empenhamos ao Maximo para que nosso casamento estivesse dentro das possibilidades de respeito ancestral, superamos as contradições e realizamos nossa celebração de unidade amorosa preta, nosso compromisso estava selado, de dar o melhor um ao outro em beneficio da comunidade preta e desenvolvimento da mesma, em constante amor Afrocentrado.
I. Nós Prometemos Lealdade ao nosso Amor
II. Nós Prometemos Desenvolver mente e corpo ao maior nível possível de prazer para nós
III. Nós Aprenderemos tudo que pudermos a fim de dar o melhor, a minha Rainha e ao meu Rei, para termos sempre nossa unidade
IV. Prometemos nos manter ajustados fisicamente, construindo nossos corpos forte unidos contra aos desentendimentos, mágoas, inveja, maldades, arrogância, orgulho e de outras coisas que nos enfraquecem nos fazendo menos capaz de Amar um ao outro
V. Nós compartilharemos de forma altruísta nosso conhecimento e da compreensão entre nós a fim de causar rapidamente as mudanças que precisamos para alcançar nossa felicidade
VI. Nós nos disciplinaremos para dirigirmos pensativamente e construtivamente, nossas energias, melhor que desperdiçando no ódio inativo
VII. Nós prometemos diariamente Praticar e ensinarmos uns ao outro a fim de nossa União.
Por:
Mallak Alkebulan Kammiu
Rainha Dayse Alkebulan Kammiu