01 fevereiro 2011

IV Seminário de Inserção e Realidade Parte2 de6

Entrevista com Salgado Maranhão.
Por: Fábio Alves

Antes das palestras do primeiro dia, Salgado Maranhão nos falou do negro e seu cabelo. Ele que é Poeta e compositor. Já recebeu Prêmio Jabuti (1999). Com a palavra Salgado Maranhão...

A questão do cabelo para o negro é muito importando, porque, sempre o cabelo do negro foi visto como ruim. Não sei como o cabelo do negro pode ser ruim, não sei como julgar e aferir o cabelo do outro porque é bom pra ele, porque pra mim, o meu cabelo é ótimo! Cabelo, no ponto de vista de beleza, quem nos libertou disso foi Bob Marley, porque Bob Marley assumiu o cabelo com dread looks tornado-os belo e hoje o mundo inteiro e até os brancos querem imitar . Isso nos libertou! nos últimos 30anos para a história imensa de depreciação da beleza do negro a beleza foi qualificada. Só podia ser belo um fenótipo, normalmente o fenótipo do branco. Essas coisas a gente pode ver como vai mudando, como a cultura vai mudando como muda o olhar, vai mudando a sensibilidade, porque a percepção da beleza é uma questão de sensibilidade para os povos que não conheceram os brancos, os negros orientas, o belo era seu povo, porque cada povo tem sua beleza.



Vocês (Trança *Nagô), mais do que minha geração, vocês tem mais possibilidade de se afirmar do que na minha geração. Eu comecei isso, mas vocês tem mais possibilidades. Isso já esta se modificando na mídia, na publicidade, na televisão. O negro não representava um valor estético, ninguém considerava o negro, e que é um mercado consumidor extraordinário. Isso não veio à toa. Os movimentos negros vieram trabalhando isso com imensa dificuldade e foram afirmando e até começaram afirmar para a publicidade. O negro do Brasil é belíssimo. O negro é um enorme mercado consumidor.


Por: Fábio Alves