31 janeiro 2011

IV Seminário de Inserção e Realidade Parte1 de6

A onde estão os negros ?
Por: Fábio Alves

Teve inicio no dia 25 desde mês a IV edição do Festivalafro na Academia Brasileira de Letras. O evento trata da cultura negra em geral com shows, seminários e oficinas. O IV Seminário de Inserção e Realidade foi um evento meio conturbado por uma serie de motivos. Calma já falo sobre isso...

Os temas dos seminários foram O negro na literatura, Repensando o negro, O Negro e as Artes Cênicas; para discutir os assuntos foram chamados professores, doutores, escritores, pesquisadores, diplomatas, poetas, produtores. São eles: Domício Proença Filho, Alberto da Costa e Silva, Salgado Maranhão, Joel Rufino dos Santos, Muniz Sodré, Carlos Alberto Medeiros, Haroldo Costa, Luiz Antônio Pilarw e Hilton Cobra.

Desde que saiu a lista dos nomes dos palestrantes do seminário, ouve uma grande discussão, pois não havia nenhuma mulher como palestrante, nenhuma representatividade da ala feminina. Isso acabou gerando um movimento muito forte na internet, mais especificamente no facebook.


imagens facebook: Luiz Carlos Gá

“É uma questão de invisibilidade, quando você não consegue pensar nomes de mulheres e passa batido três mesas só com nomes de homens e que você não consegue nem visibilizar a mulher negra, não consegue nem pensar nela enquanto agente de formação de conhecimento”, conta Luanda Ribeiro do Nascimento, consultora social, de 27 anos.

O primeiro dia das palestras foi tenso. Muitos queriam saber como seria o desenrolar dos seminários e se perguntavam a todo o momento se não teria nenhuma mulher negra na bancada. Se a mulher negra não participa do evento, porque usar uma foto de uma mulher negra? Enfim, foram muitos questionamentos nos corredores.

A revolta com a organização do evento era perceptível pela falta de melanina na platéia. Apesar das articulações para contornar a situação, foi notória a não participação de negros e negras no primeiro dia de palestra. Não foi dado o devido cuidado ao evento como vocês também podem ler no texto da Camila Marins - Respeito aos profissionais “sem veículo”

Milton Gonçalves, orador e coordenação dos seminário, tentou se retratar e pediu desculpas logo no início do evento e culpou a falta de tempo hábil para produzir pela (des) organização. Disse ele que normalmente esse evento acontece todos os anos no mês de Novembro juntamente com as comemorações do dia 20, dia da Consciência Negra. Por essa correria, toda acabaram convidando pessoas mais próximas e com calendário mais flexível.



Milton, então, sugere que, de forma democrática, a platéia cite nomes de mulheres para representar a mulher negra e participar da mesa. Foram citados nomes como o da Professora Dulce, que compôs a bancada no primeiro dia e Aduni Benton e Iléia Ferraz nos dias seguintes, respectivamente.

“A reparação só houve porque houve um grito anterior, se não houvesse esse grito, passaria do jeito que estava”, afirmou Nina Silva, coordenadora da ONG Estimativa.

Dentro dos assuntos discutido, blocos frenéticos eram preenchidos por anotações a todo o momento. O tema do primeiro dia foi "O negro na literatura" e foram discutidos dois pontos fundamentais, a literatura sobre o negro e a literatura do negro. Sobre a produção, Salgado Maranhão, ressaltou as dificuldades de se publicar livros. Para fechar esse primeiro dia, o público escutou o poeta Salgado Maranhão declamando o poema de sua autoria "Negro Sou".


Por: Fábio Alves