Apenas um fio dessa História
A festa de Lançamento do livro “Cada Fio uma História” não foi somente um lançamento, muito menos só uma festa, foi um acontecimento para ficar gravado na Historia.
Por: Graziela Gama
O motivo de tamanha intensidade é a questão cultural que esse livro engloba e o orgulho de fazer parte de uma iniciativa tão importante para uma nação. E quando digo nação, não é só o Brasil, mas incluindo todos àqueles países que também tem como membro a cultura afro.
Sandra de Sá também tem a mesma opinião quando diz que “nós não temos noção do que significa isso tudo, nem a gente sabe a dimensão e a proporção que este encontro está tomando”. E também apóia totalmente a causa. “Quando fazemos algo importante não temos que ter medo de chamar gente influente para representar, e é por isso que eu estou aqui”.
Me empolguei e me adiantei um pouquinho, voooltando...
Muitas mulheres sentem que precisam de uma identidade própria, se meus cálculos tiverem certos, a maioria delas. Elisa Larkin, uma das autoras do livro, sentia isso. “Minha identidade gritava”, contou quando perguntada de como começou a trançar.
Jana Guinond responsável pelo projeto, confirma. “Nossa liberdade de expressão que é imposta pela sociedade de alisarmos nossos cabelos. Temos que deixar eles do jeito que queremos. Começar trançando as idéias, depois os cabelos para que sejamos reconhecidas pelo que somos”.
A influência que Nina Silva, também responsável pelo projeto, tinha quando menina era ser trançada pela mãe e pela avó. “É um elo real com as tranças, indo através de gerações e contando a nossa raiz”, afirma.
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Rosi, trancista, complementa contando que “cada uma passa o que sabe, formando um grande elo entre todas as trançadeiras”. Sandra de Sá, que comandou o talk show da noite, ainda completou. “O pessoal tem cabelo liso ou alisado, mas quer trançar”, conta a cantora que quer alastrar o projeto para que mais mulheres se encontrem na sua cultura.
“Um fio de história que ainda tem muito para contar” Nina Silva
Presenças ilustres marcaram como a do ator Antônio Pitanga e a esposa a política Benedita da Silva que é ativista do Movimento Negro e Feminista prestigiaram o evento. “Culturas que trançam gerações que é o grande pilar desse país. É a festa da raça e a festa do país, Brasil”, fala o ator sobre a importância do evento. Já Benedita acha o resgate da cultura fundamental. “Nossa historia que está cada vez mais contada. Dessa forma iremos conseguir preservar nossas tradições, trançando verdadeiramente as idéias”.
O cantor Thiago Thomé, autor da famosa “da pele preta, do olho escuro, nariz batata, cabelo duro, eu sou negão”, que não poderia faltar mesmo, completa o que a ativista Benedita fala. “É fantástica a valorização da cultura, firmando onde a gente está e da onde nunca deveria ter saído, firmando essa cultura. É fantástico, necessário e pertinente”, conta.
Claro, muita música para animar o pessoal com o grupo Só Damas. Nem preciso dizer que só é composto de meninas, todas arrumadas de acordo com o evento, com suas tranças impecáveis e vozes marcantes.
Conheça o projeto Trançando Idéias 2010
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Por: Graziela Gama