Por: Fabio Alves
Quando falamos sobre pele negra e cabelos, inevitavelmente, nos aproximamos da discussão sobre identidade negra. Essa identidade é vista como uma contestação, mas não deve ser só vista como protesto e sim um processo, que não se dá apenas com o olhar de dentro, do próprio negro sobre si mesmo e seu corpo, mas também na relação com o olhar do outro, do que está fora. É essa relação tensa, conflituosa e complexa que aflige e interfere a formação da identidade de um negro. Afinal somos o que somos a partir do olhar do outro, a nossa auto-afirmação passa pela aprovação do outro.
O corpo do negro é impregnado de cultura. Anos de uma sociedade cheia de convenções burras que acabam abafando toda expressão da cultura negra, não só da negra, mais toda e qualquer cultura que não se adequasse a esses padrões. A repetição leva a perfeição. Partindo desse ponto de vista como uma pessoa vai passar a achar normal uma pessoa de cabelo black ou de trança, se ela não convive, não vê esse tipo de coisa nas ruas sempre. Tem que aprender a se olhar com outros olhos e assim doutrinar o olhar alheio.
http://www.rizoma.ufsc.br/pdfs/641-of1-st1.pdf