08 novembro 2010

Turbante #1

Uma característica estética predominante na regiões da África são as cores fortes, os tecidos estampados e alegres em roupas longas. Os cabelos são arrumados em tranças e enfeitados com torço coloridos. Entretanto, a escravidão na América mudou o modo como os negros percebem a si mesmos, determinando novos padrões e formas de se embelezar.

Para Fábia Calasans, autora de um estudo sobre as relações raciais na educação a partir dos cabelos de homens e mulheres negros, a beleza é um processo histórico construído pelos valores da classe dominante, valores eurocêntricos. Daí que a boa aparência desejada pelas mulheres negras ser conseguida através de grandes alterações na aparência capilar. “O cabelo crespo, o nariz chato, os lábios grossos, a pele escura, não são valorizados por uma cultura que aprendeu a ver o homem negro como diferente, e esse diferente como inferior”, diz ela. “Nos dias de hoje, o alisamento, a chapa e o creme de pentear ainda são instrumentos utilizados pelas pessoas que se espelham na televisão, nos grupos de pagode, nas mulheres eleitas como modelo de beleza negra”, completa.


Uma marca muito forte da indumentária africana sem duvida é o turbante.

Turbantes são tecidos, alguns inclusive bordados ou de algodão alvejado de jóias e engomados . São enrolados, presos na cabeça, para protegem, ou para identificar e para adornar e completar o traje ora do cotidiano ora de finalidade religiosa.


O turbante afro-brasileiro é eminentemente afor-islâmico, protegendo a cabeça do sol e dos desertos ou de áreas quentes e tórridas no proprio continente africano. Ver uma pessoa de turbante é mais comum no estado baiano, mas o turbante não é uma peça exclusiva culturalmente da Bahia, está em trajes como nos maracatus com as chamadas Baianas do Maracatu de Pernambuco, em alguns grupos do Congadeiro em Minas Gerais em muitos outros locais sempre com um princípio Afo.

Durante o período da escravidão, era comum perceber as diferenças entre as culturas africanas trazidas ao Brasil através de detalhes da roupa. Entre as nagôs, o ojá era amarrado com várias voltas ao redor da cabeça. Já as negras Jeje usavam um lenço sobre os cabelos. Dobravam o tecido em formato triangular, com a ponta para trás. Preocupadas em esconder o cabelo, as muçulmanas amarravam o turbante com as pontas soltas para trás. Cobrir a cabeça era tão importante para o povo antigo que, de acordo com muitos relatos, era tradição, só sair de casa com torço/turbante ou chapéu.

Fonte: http://acaradobrasiltemtodasascore.blogspot.com/2010/05/vestes-e-adornos.html



Leia: Turbante #Parte2